Thursday 12 September 2013

manifesto internacional

MANIFESTO INTERNACIONAL CONTRA O CANCELAMENTO DO 1º ENCONTRO DO PROGRAMA NACIONAL DE ESCOLAS SUSTENTÁVEIS

Testemunhamos a ausência de prioridade nas políticas ambientais de todo o mundo, e também o enfraquecimento da educação ambiental, em contramão aos agravos socioambientais no cenário mundial.

No Brasil, a Rio (menos) 20 revelou que 50 mil pessoas da sociedade civil se recusaram a assinar o documento da ONU que escamoteava a dimensão ecológica e social e vergonhosamente explicitava a face mercadológica da “economia verde”.

Infelizmente, a política brasileira também tem privilegiado a noção desenvolvimentista em detrimento da cultura dos povos indígenas e de outros grupos sociais vulneráveis; da proteção da biodiversidade; do código florestal; ou da valorização das redes, escolas, organismos e sujeitos atuantes no campo ambiental.

Um destes efeitos de descaso refletiu no cancelamento do 1º Encontro do Programa Nacional de Escolas Sustentáveis que deveria ser realizado em Cuiabá, nos dias 12 e 13 de setembro de 2013. Inúmeras secretarias de educação, pesquisadores, ambientalistas, militantes, ativistas, professores e estudantes viram-se prejudicados, gerando indignação contra a decisão do Ministério da Educação (MEC).

Em tempo, explicitamos e valorizamos as atividades e a política adotada pela Coordenação Geral de Educação Ambiental (CGEA), mas lamentamos a ausência da “ética do cuidado” dos tomadores de decisão do MEC ao reduzir o orçamento drasticamente, levando ao cancelamento do evento.

Os participantes do 2º Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países Lusófonos, na representação de seus 8 países oficiais e ampliando para os territórios não-independentes, endossam e reforçam a importância da construção de um Programa Nacional de Escolas Sustentáveis. Consideram que é uma possibilidade de diálogos internacionais que potencializam a identidade lusófona, favorecendo a cooperação entre os países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP). Reforçando os territórios e as identidades diversificadas e múltiplas, será possível desenhar os espaços, comunidades, redes, universidades ou escolas sustentáveis, além de outros coletivos que resistem ao cenário desenvolvimentista da economia, em prol da vida em amplos sentidos.

Manifestamos a importância do controle social à sustentabilidade da democracia, e indignados pelas orientações que forjaram o cancelamento do evento, explicitamos a necessidade da priorização da pauta ambiental em qualquer sociedade que busca ser justa e inclusiva.

Cuiabá (UFMT), 11 de setembro de 2013.

Assinam este manifesto, as entidades abaixo assinadas, presentes no 2º Congresso Lusófono:

1.     Rede Lusófona de Educação Ambiental – REDELUSO
2.     Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte, GPEA-UFMT
3.     Instituto Caracol, iC
4.     REMTEA – Rede Mato-grossense de Educação Ambiental
5.     CEAG – Centro de Educação Ambiental de Guarulhos
6.     Centro de Extensión Universitaria e Divulgación Ambiental de Galícia (CEIDA)
7.     CIEA/MT – Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de Mato Grosso
8.     CJMT – Coletivo Jovem de Meio Ambiente de Mato Grosso
9.     CJRJ- Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Rio de Janeiro
10. CJRS – Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul
11. CJSP- Coletivo Jovem de Meio Ambiente de São Paulo
12. Com-Vida da E.M. Dr. João Ferreira Lopes
13. ENCIMA (UFC) – Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências e Matemática
14. GEEAS - Grupo de Pesquisa Educação, Estudos Ambientais e Sociedade
15. GEEMA – Grupo de Estudos em Educação e Meio Ambiente
16. Gerência de Educação Ambiental (SEDUC-MT)
17. Gerencia de Educação Ambiental (SEMMAM-Vitória-ES)
18. Grupo de Investigación em Pedagoxía Social e Educación Ambiental da Universidade de Santiago de Compostela
19. Grupo de Pesquisa Análise e Planejamento Ambiental da Paisagem e Educação Ambiental (ANPAP-EA)
20. Grupo de Pesquisa em Educação, Ambiente e Sociedade (NEAS/UFPR)
21. Grupo de Pesquisa em Gestão e Educação Ambiental (PGEA UNESP/Tupã)
22. Grupo de Pesquisas e Estudos em Educação Ambiental – GPEA/UFES
23. Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná
24. GT Educação Ambiental e Agenda 21 do FBOMS – Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento
25. GTIEA (Guarulhos-SP)
26. Instituto Physis – Cultura & Ambiente
27. JEA-Juventude Ecológica Angolana
28. Núcleo de Educação Ambiental de União dos Palmares/AL
29. Núcleo de Escolas Sustentáveis do Quadrilátero Ferrífero
30. NUROF (UFC) – Núcleo Regioal de Ofidismo da Universidade do Ceará
31. ONG Miraserra
32. REABA – Rede de Educação Ambienta da Bahia
33. REABJ - Rede de Educação Ambiental da Baixada de Jacarepaguá
34. REAP - Rede de Educação Ambiental da Alta Paulista
35. REARJ – Rede de Educação ambiental do Rio de Janeiro
36. REARO – Rede de Educação Ambiental de Rondônia
37. REASUL – Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental
38. REATUR – Rede de Educação Ambiental e Turismo
39. RECEA – Rede Capixaba de Educação Ambiental
40. Rede Brasileira de Educação Ambiental – REBEA
41. Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade – REJUMA
42. REDE do Lago
43. Rede Linha Ecológica
44. Rede Planetária de Educação Ambiental - PlanTEA
45. REPEA – Rede Paulista de Educação Ambiental
46. RMEA – Rede Mineira de Educação Ambiental
47. RUPEA – Rede Universitária de Programas de Educação Ambiental
48. Sala Verde Serrana dos Quilombos
49. Secretaria de Estado da Educação do Estado do Espírito Santo (SEDU)
50. Secretaria Municipal de Educação de Barretos
51. Sociedade Brasileira de Ecoturismo
52. Sociedade Galega de Educación Ambiental


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